“O mundo está
perigoso para se viver! Não por causa daqueles que fazem o mal, mas por causa
dos que o veem e fazem de conta de que não viram.” (Albert Einstein)
MEU
COMENTÁRIO
Não
por acaso, – embora o foco maior seja a audácia dos traficantes do Morro da Providência
(onde há também UPP), como retrata a matéria, – lá está no rodapé mais um
confronto no Complexo do Alemão a pôr em dúvida o anúncio de que a PMERJ
instalará mais torres de vigília ao modo panóptico, como se o estático olhar
direcionado ao tortuoso ambiente específico, – que poderia ser por meio de algo
mais dinâmico e imprevisível aos bandidos, por meio de drones, – como se olhar
a partir de pontos estáticos fosse resolver um problema que demandaria muito
mais que isto e não exatamente isto.
Essa
insistência em se concentrar no erro do efetivo massificado, em vez de ocupar
maximamente o ambiente geral, produz esses vazios que, paradoxalmente, tornam
vulneráveis locais de onde deveriam sair a solução do controle do banditismo
com mão de ferro e meios capazes de inibir a audácia deles. Ora, que mais falar
diante desta evidência de fracasso total? E não se trata de fracasso somente do
sistema PMERJ, mas do sistema de segurança pública no geral, incluindo organismos
militares e policiais federais, todos unidos em cegueira deliberada não se sabe
até quando.
Porque
hoje o que resta para provar a má política de segurança pública, além da morte
sistemática de PMs, é a desmoralização de todo os sistema, o que não é
privilégio somente do RJ, mas de todos os Estados-membros pátrios e da União
enquanto entidade maior e responsável pelo todo, porém alheia à crescente criminalidade,
limitando-se a apresentar resultados nefastos que já ocorreram e nada de
previsão e de ação no sentido de atalhá-los em prevenção ou em repressão eficiente
e eficaz.
Enquanto
isso, os estudiosos de áreas afins universitárias permanecem em seus inócuos
discursos ideológicos marxistas-leninistas, com a maioria deles querendo ver o
circo pegar fogo. Do mesmo modo se comporta uma imprensa que noticia o caos,
mas não cobra soluções compatíveis com a realidade do grave problema de ordem
pública, porque teria de abandonar o discurso “pacifista” ajustado à mesma
ideologia supracitada – o esparadrapo na fratura exposta –, o que jamais o
fará.
Num
momento de gravidade política, a bandidagem, que não é burra, que tem dinheiro
a rodo e que está organizada bem mais que o sistema situacional estatal, prova
a sua superioridade afrontando-o e confirmando que o ambiente social brasileiro
pertence ao Poder Marginal.
A
questão é quando, onde e como o Estado e a Sociedade reagirão à altura do
problema. Na verdade, eu acho que nunca, pois se trata de um Estado corrompido
em todos os sentidos, intervencionista ao extremo, tendo como cliente uma conformada
Sociedade que não sabe como fazer valer seus valores, eis que na prática
abalroados pelo Poder Marginal, especialmente o do tráfico de drogas e suas poderosas
facções.
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