Quando uma teoria
científica não permite atingir objetivos que os agentes políticos têm em mente,
eles recorrem à trapaça, à fraude, à mentira, à demagogia etc. Quando esses
meios falham, eles usam a violência para destruir o que não sabem ou não são
capazes de controlar. (P. Martinez – Política, Ciência, Vivência e Trapaça –
Ed. Moderna, SP, 1992)
Seis mortes em vários pontos da cidade marcam o Dia das Mães no Rio
08/05/2016 23:35:00 - Atualizada às 09/05/2016 00:51:50
Seis mortes em vários pontos da cidade marcam o Dia das Mães no Rio
Houve tiroteios
em várias regiões neste fim de semana que deveria ser de festa
O DIA
Rio - O fim de semana seria de festa pelo Dia das Mães, mas foi de
tristeza de dor para 11 famílias do Rio de Janeiro. Só no sábado e no domingo,
a violência matou seis pessoas e feriu outras seis.
Houve tiroteios em várias regiões da cidade. No Complexo do Alemão, um
confronto entre policiais e traficantes na região conhecida por Beco do
Galinheiro provocou a morte de Eliane Cristina, de 35 anos, na noite de sábado.
Elaine deixou três filhos e a sensação de impotência na comunidade que vive em
uma guerra sem fim.
Mãe e padrasto da jovem Ana Beatriz Frade estavam inconsoláveis no
enterro da adolescente, no início da tarde de domingo, em Petrópolis
Foto: Estefan Radovicz / Agência O Dia
De acordo com a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), um policial
foi ferido de raspão. Várias equipes das UPPs no Complexo do Alemão, após a
morte de Elaine Cristina, passaram a sofrer ataques simultâneos e houve
confronto em diversos pontos da comunidade na noite de sábado.
Na Avenida Brasil, na altura de Manguinhos, quatro pessoas foram
baleadas após outro confronto entre policiais e criminosos também na noite de
sábado. Um dos bandidos morreu, outro ficou ferido e outras duas pessoas, um
motorista e um pedestre que passavam pelo local, foram atingidos pelos
disparos.
O motorista ferido é Anderson Souza Gomes, 33 anos, que estava no carro
com a mulher Fabrícia Barroso e o filho de 1 ano quando a troca de tiros
ocorreu. Ele foi operado no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, e seu quadro de
saúde é estável.
De acordo com a Polícia Militar, quatro suspeitos vinham da Ponte
Rio-Niterói em um táxi e foram abordados por policiais na altura do Caju. Eles
furaram o bloqueio dando início a uma perseguição e ao tiroteio. Os criminosos
seguiram até a Fiocruz, em Manguinhos, onde abandonaram o carro.
O táxi onde estavam os bandidos acabou metralhado pela polícia
Foto: Divulgação
Três bandidos conseguiram fugir, mas foram presos dentro da Fiocruz. Ao
ouvir os detidos, os PMs descobriram que o trio deixou a favela Nova Brasília,
em Niterói, para participar de uma tentativa de invasão da favela do Chaves, em
Barros Filho, na Zona Norte do Rio. Foram apreendidos com os criminosos duas
pistolas, dois fuzis e uma granada.
Na manhã de ontem, policiais do 9º BPM (Rocha Miranda) encontraram os
corpos de Wesley Oliveira Passos e Eric Figueiredo Pimentel de Souza, ambos de
23 anos, na comunidade Jorge Turco. De acordo com os policiais, as mortes foram
resultado de uma tentativa de invasão da comunidade por uma facção do tráfico
rival a que domina a região. Houve intenso tiroteio na madrugada.
Família de jovem está inconsolável
Com as mãos tremulas e sem deixar o caixão da filha por um só segundo, a
mãe de Ana Beatriz Frade, de 17 anos, morta no sábado durante um arrastão em
Del Castilho, despediu-se da jovem ontem pela última vez, no cemitério
Municipal de Petrópolis. Roberta Pereira chorou e acariciou o rosto da filha
durante todo o velório.
O pai de Ana, Flávio Frade, professor de engenharia na Universidade
Católica de Petrópolis, segurava um quadro com a foto da filha e não quis
comentar sobre o caso. O padrasto, que dirigia o carro no momento do arrastão,
no sábado, também estava inconsolável.
No dia 4, através das redes sociais, Ana comemorou com os amigos a
compra da passagem para o Rio: “Já comprei presente da mamis... passagem pro
Rio”, escreveu a jovem.
Amiga da família, Cláudia Regina Moraes Filgueiras contou que a família
está em estado de choque. “É muito sofrimento. A mãe está em desespero. O pai
está inconsolável. Ela era uma menina doce, simpática, filha única do Flávio. A
mãe está dopada, ainda mais por enterrar a própria filha no Dia das Mães”,
contou.
Cerca de 200 pessoas acompanharam o cortejo e aplaudiram a menina assim
que ela foi sepultada.
Ana Beatriz tinha o sonho de estudar medicina. “Ela estava com os avós no Espírito Santo e iria buscar a mãe no aeroporto. Seria uma surpresa”, contou.
Ana Beatriz tinha o sonho de estudar medicina. “Ela estava com os avós no Espírito Santo e iria buscar a mãe no aeroporto. Seria uma surpresa”, contou.
Pai morre e filho é baleado durante
discussão em forró na Zona Oeste
O fim de semana violento teve um capítulo trágico também na comunidade
da Carobinha, na Zona Oeste do Rio, após um sábado de forró que deveria ter
sido de celebração.
O criador de cavalos André Viana, de 59 anos, e seu filho Anderson Costa,
de 26, foram baleados durante uma discussão no bar onde estava sendo realizado
o forró.
André Viana foi atingido com um tiro na cabeça e morreu antes de chegar
à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Mendanha. Seu filho Anderson também
levou um tiro na cabeça, mas chegou com vida ao Hospital Albert Schweitzer, em
Realengo.
Ele foi transferido ontem para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na
Barra da Tijuca, onde deverá passar por uma cirurgia. A bala perfurou sua
língua e está alojada próximo à coluna cervical.
Segundo um parente das vítimas, André e Anderson estavam se divertindo
quando começou uma discussão entre dois outros frequentadores do bar. André
tentou apartar a briga, mas foi empurrado por um dos homens.
Anderson tentou intervir para defender o pai e começou a discutir com o
agressor, que sacou uma arma e efetuou os disparos. André tentou proteger o
filho e acabou baleado no rosto.
A Polícia Civil já ouviu o homem que socorreu as duas vítimas e Carla
Costa, mulher de Anderson, que também presenciou o crime.
MEU COMENTÁRIO
Em grau máximo de perplexidade, escrevo aqui como se
já o tivesse feito, tal a velocidade com que os fatos violentos se reprisam no
caótico ambiente social das glamourosas Olimpíadas de 2016. Tal situação de
cruel realidade contrasta com a “ideologia das Olimpíadas” compreendida pelo
povo como acontecendo numa “Cidade Maravilhosa, cheia de encantos mil”...
Ora!...
... É assim quando o povo se vê impregnado por
mentiras eloquentes e se envolve nelas como já sugeria Goebells (“Uma mentira
repetida mil vezes vira verdade”). A mentira da Copa do Mundo passou. As Forças
Armadas colaboraram intensamente para a camuflagem do ambiente social. Disso,
de camuflagem, elas entendem, e serviram aos esquerdopatas ladrões e
enganadores do povo interno (torcedores pátrios) e externo (turistas),
instituindo um ambiente de festa amplamente compartilhado pelo ex-presidente
Lula, pela presidenta Dilma, pelo ex-governador Sérgio Cabral e seu vice, pelo
prefeito Eduardo Paes e demais eufóricos do meio político, empresarial e
midiático.
Foi nesta onda de ideias mirabolantes que emergiu a
ponta do Iceberg denominada “pacificação”. Curiosamente num momento em que o “enfrentamento”
era a palavra de ordem do governante Sérgio Cabral, o que não se pode negar,
eis que ocorrido após a Polícia Civil, enfrentando poderosa quadrilha de
traficantes armados com fuzis, no Complexo do Alemão, matar 19 “gansos” (pena
que não foram 190 ou 1900 para exterminar com o problema). E ainda nesta onda
de otimismo belicoso o secretário Beltrame reforçou a fala do governante ao
afirmar que “não se pode fazer omelete sem quebrar ovos”. Realmente...
Mas esse discurso não se enquadrava na ideia de uma
paz necessária à Copa do Mundo e às Olimpíadas, dois emblemas mundiais avessos a
quaisquer formas de violência. Portanto, precisava-se guinar a ideologia para
um campo propício, o que se fez tão rapidamente como Colombo lá atrás no tempo equilibrara
o seu “ovo”. Só que aqui os interessados acima sublinhados conseguiram mais:
puseram de volta ao ovo a serpente da guerra e conseguiram retirar de dentro do
mesmo ovo a "pomba da paz". Teria sido difícil?...
Não! Não foi difícil!... Ideologia é assim... A mídia
repetiria a mentira da pacificação até o povo todo, de dentro e de fora, crer
piamente nela. Mas como uma ideologia necessita de encenação prática, essas
autoridades, animadas pelo lucro certo dos eventos, inventaram as UPPs a partir
de uma casualidade: a PMERJ invadira o Morro Dona Marta e lá permanecera
durante uma semana ou pouco mais, por conta de fraca contenda entre traficantes
rivais. Esta corriqueira ação policial, acontecida na “zona do agrião”, ou
seja, na Zona Sul da Cidade Maravilhosa, perduraria o suficiente para forjar na
prática a ideia da “paz duradoura”.
E, como num círculo idealizado como virtuoso, a grande
serpente da violência armada, porém tornada “pomba da paz” via propaganda, as
UPPs foram se espalhando pela Cidade Maravilhosa. Com efeito, um ideal aparentemente
real e circunscrito a 40 comunidades dominadas pelo tráfico. O restante da
ideologia da pacificação generalizou-se pela propaganda massificada e
direcionada ao povo daqui e de fora, mostrando as mil maravilhas do Brasil
concentradas em estádios e ginásios olímpicos superfaturados para garantirem a
propina, claro.
Enfim, um ideal, um agente público abraçado ao agente
particular, a ação de ambos, e o resultado, tudo feito “cientificamente”, numa
relação simples de causa/efeito, sem variáveis antecedentes e/ou intervenientes
a interferirem no resultado traçado como “ideal”. Mas as variáveis existiam, e em
muita quantidade. Travadas, porém, pela ideologia do belo e saudável, essas
realidades só agora descortinam que tudo não passou e passa de perigoso círculo
vicioso, de tal modo que a serpente já engoliu a “pomba da paz” e intenta
comer-se a si pelo rabo até nada restar para lamentar. Que bela ação pública
dos arautos da esquerda pátria que “lutaram pela democracia”! E para garanti-la
dos “antidemocratas” (“de direita”) danaram a roubar de tudo que é cofre
público (municipal, estadual e federal).
Que esperar num cenário de realidade que se descortina
como o inverso da ideologia defendida por esses “democratas” (muitos deles
trancafiados, outros de tornozeleira eletrônica, mas todos merecedores da forca
ou do fuzilamento)? Que esperar dessas Olimpíadas que produzem euforia por onde
passa a tocha da vergonha nacional?... Ora, só se poderia esperar a violência a
provar que o ideal da “pomba da paz” é falso, e o que existe realmente é a serpente da guerra imperando no ambiente
social da Cidade Maravilhosa e do resto do país. Daí não mais se estranhar o
lugar comum que se lê diariamente nos jornais. Muitas mortes!... E sem
necessidade de ato terrorista, é só o que nos falta, e há de se aventar a
possibilidade de mais esta ideia se tornar realidade!...
Que o Cristo Redentor nos socorra!
Um comentário:
Upp : Vietnam da polícia militar fluminense.
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