“O
mundo está perigoso para se viver! Não por causa daqueles que fazem o mal, mas
por causa dos que o veem e fazem de conta de que não viram.” (Albert
Einstein)
23 out 2015 – Jornal O Globo
Digital
Beltrame
reclama por sociedade não se indignar com morte de PMs
Especialistas dizem que histórico
da polícia contribui para afastar a população
José
Beltrame, secretário de Segurança, sobre a indiferença com crimes contra
policiais O secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, lamentou
ontem o aumento da violência contra policiais e se disse perplexo com os
requintes de crueldade utilizados durante os ataques. Ele citou a morte do
soldado Neandro Santos Oliveira, que foi torturado e queimado por traficantes
no Complexo do Chapadão, em Costa Barros, há quase duas semanas, e reclamou da
sociedade por não se indignar com crimes contra policiais.
—
Infelizmente, no Brasil, a tortura e a morte de policiais não atingem corpo na
sociedade para efeito de indignação. Acham que morrer faz parte do trabalho do
policial. A morte desses policiais continua sendo vista com banalização pela
sociedade, e é por isso que eu digo que a polícia luta sozinha nessa nesta
cidade. Ela não tem apoio de outras esferas públicas nem da sociedade. É uma
realidade que só me entristece — lamentou Beltrame.
Dados do
Instituto de Segurança Pública ( ISP) do estado mostram que, de janeiro a
setembro deste ano, já foram mortos 16 PMs em serviço. Durante todo o ano
passado, foi registrado o mesmo número de óbitos. Em 2015, somente de 1° de
setembro a 2 de outubro, nove PMs foram assassinados e 37 ficaram feridos.
CONFRONTO ARMADO CRITICADO De acordo com Sílvia Ramos, cientista social e
coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade
Candido Mendes, o secretário tem razão quando diz que há pouca preocupação e
solidariedade com a morte de policiais. No entanto, a especialista diz que a
forma de combate ao crime utilizada pela Secretaria de Segurança colabora para
esse cenário.
— O
estado acha normal partir para o confronto armado, deixando claro para a
sociedade que a polícia declarou guerra contra o tráfico de drogas. E numa
guerra é normal que as mortes sejam banalizadas. E não é somente a morte de
policiais. O assassinato de jovens negros e pobres, inocentes ou não,
decorrentes de incursões policiais, também é banalizado — disse Sílvia.
Na visão
de Gláucio Soares, pesquisador e professor do Instituto de Estudos Sociais e
Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro ( Uerj), alguns fatores
pesam para essa banalização. O primeiro, segundo o sociólogo, é que “parte da
inteligência brasileira” não esqueceu das atrocidades feitas pela polícia
quando a mesma servia de braço armado para a ditadura militar.
— Mesmo
que os participantes daquela época não estejam mais na ativa, e mesmo que a
nova geração de policiais tenha nascido depois, houve uma transmissão de
valores contrários à polícia, que foi e é reforçada pela prática de policiais
corruptos, aquela banda podre que sabemos que existe. Enquanto os criminosos
são vistos como vítimas de forças econômicas e sociais, a polícia aparece como
um braço armado de vingança, e não como implementador de justiça. É um
descrédito que, infelizmente, atinge os policiais de bem.
De acordo
com o fundador do movimento Rio de Paz, Antônio Carlos Costa, a entidade já fez
manifestações em prol de policiais, como colar fotos de vítimas em cruzes
espalhadas na praia.
Ele
reconhece, no entanto, que outros movimentos sociais e organizações ligadas aos
direitos humanos relutam em dar voz para a polícia por conhecerem o histórico
da corporação:
— Relutam
pelo histórico de atrocidades que a polícia comete, quando tem voz de poder em
algumas regiões.
MEU
COMENTÁRIO
Impressionante
a hipocrisia do meio acadêmico e de ONGs de direitos humanos cujos
representantes veem na farda do PM o retrato vivo da repressão política durante
o regime militar, ignorando o que estão cansados de saber, ou seja, quem mais
reprimia a “subversão” eram as Polícias Civis estaduais e a Polícia Federal,
por meio de seus DOPS (Departamentos ou Delegacias de Ordem Política e Social).
Sim, os
acadêmicos e os sectários de Direitos Humanos fingem não saber a verdade
histórica, tudo porque a reação à tentativa de implantação do comunismo no
Brasil se deu pelo concurso direto das Forças Armadas a pedido do povo que fora
maciçamente às ruas exigindo a reação.
Curiosamente,
as Polícias Militares, que eram aquarteladas como Forças Auxiliares Reservas do
Exército, não ocuparam as ruas com tanques e equivalentes. Ficaram de
prontidão, aquarteladas, enquanto as estruturas das Polícias Civis “caçavam subversivos
ao modo Fleury”. E havia muitos “Fleurys” atuando na repressão, com as PPMM enfiadas
em seus quartéis assistindo o desenrolar da história. E por influência direta
do Exército Brasileiro receberam como “bonificação” pela inércia, na Emenda
Constitucional nº 01, o alerta de que não poderiam ganhar mais que seus postos
e graduações correspondentes daquela força federal, sem contar outros
mecanismos severos de controle de sua tropa pelo Estado-Maior do Exército
(Inspetoria Geral das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares –
IGPM). E, se houve período em que as PPMM sofreram com péssimos salários, sem
dúvida foi durante a vigência do regime militar e de seus governantes estaduais
nomeados sem eleição.
No caso
da antiga PMRJ, os salários eram ridículos e atrasavam por até quatro meses
seguidos, situação que perduraria por muitos anos, de 1964 em diante. É triste,
portanto, o PM deparar com discursos facciosos como de Gláucio Soares,
pesquisador e professor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Porque, com a credencial que o
sublinha, ele deveria saber mais. Como creio que ele saiba, deveria então mentir
menos em relação às PPMM. Mas esse patrulhamento ideológico somente desaparecerá
daqui a cem anos, quando então outros pesquisadores buscarão registrar a
história isenta e real do regime militar, inclusive e principalmente resgatando
as verdadeiras causas de sua eclosão no Brasil, pondo as PPMM no seu devido
patamar histórico, que é até hoje bem maior de vítima que de algoz da sociedade.
Já quanto
às PPMM, é preciso que elas se recolham e não se arrisquem tanto no confronto
contra os exércitos paramilitares de traficantes que ocupam as favelas e não
podem ser combatidos com frações mínimas de tropa, acrescentando-se a
impossibilidade do anonimato dos seus integrantes, que ficam expostos à morte
antes, durante e depois do serviço, e ainda amargam a antipatia duma sociedade
desorientada por acadêmicos e personalidades facciosas com espaço numa mídia
não menos sectária, isto até na extrema situação de morte. E chega a ser doentio
ver PMs se lamentando nas redes sociais contra os Direitos Humanos, ou contra políticos
extremistas de esquerda, acadêmicos sectários e jornalistas facciosos por não
darem atenção nem o devido valor aos companheiros mortos, assim como não dão
aos vivos.
O que as
PPMM deveriam fazer para reagir a tudo isto era reunir suas cúpulas de todos os
Estados Federados e tomar posição em favor da tropa, em vez de se acovardar em
subserviência a políticos que adoram ver PM ser enterrado com honras cheirando
sempre a desonra. Ora, chega disso! Que esses comandantes-gerais Brasil afora
se reúnam não apenas para confraternizar, mas para expedir notas oficiais
assertivas e ameaçar recolher aos quartéis toda a tropa, incluindo ordem para
que todos os PMs à disposição de outros órgãos e autoridades se apresentem para
uma prontidão que provoque o esvaziamento total das PPMM nos ambientes sociais
pátrios! Sim, porque esta é a única maneira de provar quem tem o poder de
manter a ordem pública. Se outras instituições sempre poupadas pelos facciosos
derem conta do recado, que sejam extintas as Polícias Militares brasileiras!
Fica o
desafio!
Um comentário:
Quando li, lembrei com certo saudosismo, pois sou também do tempo em que os Comandantes Gerais dizia "NÃO" a governantes sem temer a perda do Cargo, do tempo de Emir Campos Laranjeira - Hoje, temos um impasse, onde encontraremos aquele terá coragem de reunir os Comandantes e aquartelar as PPMM...
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