terça-feira, 15 de setembro de 2015

RIO EM GUERRA



 ARMAS DE GUERRA EM MÃOS ERRADAS

“O mundo é perigoso para se viver! Não por causa daqueles que fazem o mal, mas por causa dos que os veem e fazem de conta de que não viram,” (Albert Einstein)

Jornal O Globo, de 15 de setembro de 2015


Secretário irá a Brasília pedir mais rigor para porte de arma de guerra


Beltrame compara país a ‘queijo suíço’ e amanhã volta a Brasília para discutir entrada de armas O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, afirmou ontem que “o país é um verdadeiro queijo suíço”, ao criticar a fiscalização deficiente nas fronteiras, que facilita a entrada de armas contrabandeadas. Como O GLOBO noticiou domingo, uma equipe do jornal comprou uma réplica de fuzil M16 em Ciudad del Este, no Paraguai, e entrou tranquilamente no Brasil pela fronteira com Foz de Iguaçu, no Paraná, viajando 1.700 quilômetros até o Rio sem ser incomodada.
Beltrame informou que voltará amanhã a Brasília para conversar com a bancada do Rio e questionar a flexibilização do Estatuto do Desarmamento. Seu objetivo é pedir penas mais rigorosas para quem estiver com armamento de guerra. O secretário não descarta, no entanto, a possibilidade de conversar sobre a facilidade da entrada das armas pelas fronteiras:
— O país é um verdadeiro queijo suíço. Existe uma série de estradas vicinais e formais. Mas o problema não está só nas fronteiras nacionais. Tenho esperança de que uma pena severa para quem esteja com esse tipo de armamento seja uma resposta bastante eficiente. 

3 º BPM APREENDEU 36 RÉPLICAS 

O uso de armas falsas em crimes também é motivo de preocupação. Num levantamento feito com exclusividade para O GLOBO, o 3 º BPM ( Méier) constatou que, de janeiro a agosto deste ano, apreendeu em sua área de atuação ( 23 bairros) 36 réplicas. No mesmo período, foram presas em flagrante 36 pessoas, entre elas adolescentes, praticando roubos com essas cópias de pistolas e fuzis.
As réplicas que têm sido apreendidas durante assaltos na cidade são facilmente encontradas no mercado. E não apenas em países vizinhos. No Centro do Rio, lojas como Nova Agro Esporte e Lazer e Caça & Pesca Esporte e Aventura vendem, para praticantes de airsoft e paintball, modelos como o comprado pela equipe do GLOBO no Paraguai.
As armas disparam setas metálicas ou grãos de chumbo com energia menor que as de fogo. Funcionam por pressão, ação de mola ou gás comprimido. Há, ainda, réplicas elétricas dessas armas, que são muito semelhantes a fuzis e pistolas. Segundo Rodrigo Castro, dono da loja virtual RF Airsoft, 90% dos cerca de quatro mil praticantes de airsoft no Rio usam armamento elétrico, cuja venda não é controlada e pode ser feita a qualquer pessoa com mais de 18 anos:
— A arma elétrica é muito mais fraca que as outras e mais barata. Não é necessário que o comprador tenha o CR ( Certificado de Registro no Exército) para comprar.
Na Assembleia Legislativa, a deputada Martha Rocha ( PSD), presidente da Comissão de Segurança e Assuntos de Polícia da Casa, informou que vai apresentar hoje um projeto de lei para o cadastramento, na Polícia Civil, dos praticantes de paintball e airsoft.
— Fui procurada por um praticante, que enfatizou a necessidade de esclarecer à população o caráter esportivo da atividade. O projeto sugere o cadastro dos esportistas — disse a deputada.
Em nota, o Comando Militar do Leste ( CML) informou que “as armas de pressão por ação de gás comprimido, com calibre igual ou inferior a seis milímetros, não têm a sua comercialização controlada” pelo Exército. O texto frisa que os modelos usados no airsoft estão nessa categoria. Ainda segundo a nota, a loja, no entanto, precisa ser registrada no Exército. 

MEU COMENTÁRIO


Mais importante que diminuir a maioridade penal, se é que isto será na prática realmente importante, é a penalização rigorosa para quem porta e usa ilegalmente armas de guerra. Quando falo de penalização rigorosa incluo a ideia de que a lei deva permitir às Polícias e às Forças Armadas agirem em conjunto, sem muita burocracia, na coibição sistemática do porte ilegal de arma de guerra, com ordem legal inclusive para matar quem ostente arma de guerra como se estivesse em guerra, mesmo.



Faz sentido o secretário Beltrame pôr à baila o tema, mas não faz nenhum sentido o fato de ele demorar tantos anos para concluir o óbvio. Sim, muito tempo perdido, e talvez hoje ele não consiga a legitimidade que em outros tempos era-lhe abundante. Mesmo assim, sua iniciativa é válida. Mas se eu lhe pudesse soprar ao ouvido, lhe diria para concentrar o foco na ponta da linha do porte e do uso, deixando para outra hora e para outras pessoas a questão do que chamou de “queijo suíço.



Que ele vá então levando nas algibeiras apenas a penalização rigorosa de pelo menos o porte e o uso visíveis no dia a dia do tráfico nas favelas brasileiras, já que o problema é geral e gravíssimo. Pois é certo que os detentores de armas de guerra costumam alugá-las a assaltantes e traficantes, sugerindo ser forte a possibilidade de o “exército do Stédille” também se armar por esta via de mão dupla para enfrentar as forças legais por ordem do Lulopetismo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Falou e disse. Três governos se passaram e agora vai propor algo a respeito das armas de guerra? Esse que sonha desmilitarizar a PM, liberar as drogas e humanizar os presídios? Eu também possuo um sonho:que os políticos que trouxeram Copa e Olimpíadas para o Brasil e seus assessores de sempre abandonem o país, não aguentamos mais tanta roubalheira e incompetência.