quarta-feira, 30 de setembro de 2015

RIO EM GUERRA - IMAGENS DA SEMANA












 “O mundo está perigoso para se viver! Não por causa daqueles que fazem o mal, mas por causa dos que o veem e fazem de conta de que não viram.” (Albert Einstein)


De um lado, a impactante imagem dos PMs forjando um Auto de Resistência cuja vítima era um jovem, porém, contumaz traficante; do outro, a imagem da viúva do PM abraçada ao filho órfão, cujo pai, igualmente jovem, foi torturado até a morte por traficantes. Imagens fortes, sem dúvida, que materializam a violência a que ambos os lados já se acostumaram, como se não existissem espectadores. Mas todos estão num mesmo aquário, nadando em círculo, para deleite de uma sociedade que não se interessa por eles além da leitura rápida do jornal, bastante para saciá-la até o dia seguinte, desde que um de seus ilustres membros não seja atingido e vire suíte, como eventualmente ocorre. Mas o dia a dia é o da luta do roto contra o esfarrapado: peixes baratos presos em aquários vagabundos e expostos na feira aguardando o comprador que não vem. E morrem asfixiados pelo desprezo de quem passa batido rumo a alguma novidade. Porque isto não é mais novidade...

Não postarei a imagem do corpo do PM, mas outra em que ele aparece cheio de orgulho por envergar a farda, a mesma que cobre corpos vivos de PMs em desnecessária ação delituosa, esta que só se explica pela raiva que nutrem, uns pelos outros, PMs e traficantes. Porque vivem engalfinhados em tudo que é canto deste infortunado RJ, Estado-membro de um país que abriga, talvez, a sociedade mais hipócrita que já existiu na História da Humanidade. Por isso eles, traficantes e PMs, morrem de lado a lado, sem mais leis a lhes alertar, e assim continuarão a morrer porque é a sina do roto, é a sina do esfarrapado, estes que, somados, formam o que chamamos populacho, povoléu, plebe, rabacuada, ralé e mais que o valham, ou seja, nada. E nesta insana disputa pelo pão, uns vendendo drogas e outros combatendo-os, a morte os espreita, e a mídia social torce para que a notícia não desapareça por falta de corpos perfurados a tiros ou arrastados por cavalos, tudo em "castigo-espetáculo" que remonta ao passado distante. De resto, o que sobrará mais uma vez é o cárcere para os vivos e a cova para os mortos.


Um comentário:

Caldeira disse...

O esfacelamento social que o Sr sempre analisa, com relação ao Rio de Janeiro, acredito também já ter chegado em outros estados do Br. Na periferia de são paulo, a revolta está clara...uma revolta contra tudo....ainda mais com a Polícia Militar....percebemos no patrulhamento e nas abordagens...Assim, mais uma vez, o Sr "acerta em cheio": o RJ é "caixa de ressonância"!!!!
O texto acima , sucinto mas muito real e profundo, é o retrato do que é "ser policial", mas na faceta "sem uma razão de ser"....
Conversando com a tropa ontem em nosso BPM, antes de uma Operação Policial, percebemos que estamos todos "meio perdidos"....tropa e Comando! Tentamos "por ordem nas coisas", buscando mostrar linhas de raciocínio no sentido de que os Policiais "pensem na família" antes de tudo e que "não joguem a toalha"....que continuem prevenindo, abordando, prendendo, apreendendo e tratando bem o cidadão....mas está difícil motivar nossos PMs no momento....
Mas aqui no site do Sr buscamos um certo norte!!!!!!!!!!!!....na sabedoria de um Comandadante Policial Militar experiente!
Por favor, continue sempre escrevendo e nos dando um "norte" Comandante....a "coisa tá feia" também aqui em SP....Que Deus de muita Paz e Saúde ao SR!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!