terça-feira, 14 de julho de 2015

RIO EM GUERRA CV

Tropa de elite: a queda do mito?


“O mundo está perigoso para se viver! Não por causa daqueles que fazem o mal, mas por causa dos que o veem e fazem de conta de que não viram.” (Albert Einstein)


“Do G1 Rio

3/07/2015 19h45 - Atualizado em 13/07/2015 19h46

Seis PMs são expulsos do Bope suspeitos de roubar traficantes no Rio

Segundo denúncia, PMs ficaram com R$ 1,8 mi apreendidos na Covanca.

Entre os afastados da tropa de elite estão dois majores e um capitão.

Mais uma vez a Polícia Militar do Rio de Janeiro investiga um caso de corrupção dentro da própria corporação. Desta vez, os suspeitos são da tropa de elite. Conforme mostrou o RJTV nesta segunda-feira (13), seis policiais foram expulsos do Batalhão de Operações Especiais (Bope) por suspeita de roubar dinheiro de uma das maiores quadrilhas de tráfico de drogas que atuam na capital durante uma operação policial.

O afastamento dos seis policiais do Bope foi confirmado no boletim interno da Polícia Militar, divulgado na sexta-feira (10). São os majores Marcelo de Castro Corbage e João Rodrigo Teixeira Sampaio, o capitão Renato Roberto Soares Junior, o cabo Álvaro Luiz Ferreira e os soldados Flávio da Silva Alves e Fábio Vidal Pedro. Os seis, agora, estão cumprindo funções administrativas fora da tropa de elite.

De acordo com as investigações, no dia 21 de junho, o Bope fez uma operação no Morro da Covanca, na Praça Seca, Zona Oeste do Rio. Quatro pessoas morreram durante a ação policial. Uma testemunha contou ao disque-denúncia que os policiais da tropa de elite da PM apreenderam R$ 1,8 milhão dos traficantes. O dinheiro estaria escondido em tonéis. Mas, ao registrar a ocorrência na delegacia, nenhuma quantia foi entregue pelos PMs do Bope.

O Morro da Covanca é dominado pela principal quadrilha criminosa do rio e, segundo as investigações, é o quartel financeiro dos criminosos. Na última quinta-feira (9), a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão na casa dos seis PMs afastados.

O subcorregedor da PM, tenente coronel Márcio César Monteiro, esteve nesta segunda-feira à tarde na sede do Ministério Público. Ele foi conversar com os promotores que acompanham as investigações.

Os promotores vão pedir à PM as informações gravadas no GPS das viaturas que participaram da operação, além dos laudos cadavéricos dos mortos e a escala das equipes que estiveram naquele dia na Covanca. O prazo para concluir as investigações é de 60 dias.

Segundo a PM, as investigações correm em sigilo e, por isso, a corporação não irá comentar sobre o caso.

PMs presos por extorsão

Em outubro do ano passado, o comandante do 17°BPM, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio, e outros 15 policiais militares lotados na unidade foram 
presos suspeitos de sequestrar traficantes e exigir resgate de R$ 300 mil.

As investigações constataram ainda o envolvimento de policiais militares lotados no 17º BPM com traficantes de drogas na Ilha do Governador. Os militares denunciados possuíam estreito laço com traficantes de drogas, em especial com o traficante Fernando Gomes de Freitas, conhecido como Fernandinho Guarabu, identificado como chefe de facção criminosa, que atua no Morro do Dendê.


MEU COMENTÁRIO


A uma, há desvios de conduta até no Vaticano, e a Mitologia nos dá conta da existência de heróis e vilões no Olimpo, assim como Satanás foi expulso do céu com seus anjos do mau, conforme nos orienta a Bíblia Sagrada.

A questão se prende, então, à construção do “mito” por meio de dois filmes de enredo enviesado: Tropa de Elite I e II. Daí é que a própria mídia, como se depreende da matéria, entender ou finge entender que o BOPE é uma instituição e a PMERJ é outra, sendo a primeira “imaculada” e a segunda, o seu oposto, como se lá entre eles da mídia, ou de outra qualquer instituição particular ou pública, só houvesse anjos.

Ora, os PMs do BOPE não foram expulsos, nada! Foram afastados da Unidade Especial enquanto se apura o fato do qual são acusados anonimamente. Mas a frase-título vem danificando ab ovo a reputação dos acusados, deste modo tentando influenciar na origem as futuras decisões a respeito do fato, que pode ser verdadeiro ou falso, dentro da ótica do direito constitucional à presunção de inocência.

Creio que a ira da mídia tem a ver com a quebra do “mito” que eles, da mídia, construíram para amealhar muitos milhões, dentre outras benesses distribuídas aos que colaboraram na trama de dois filmes ideológicos de esquerda que arrasam o quarteirão da tropa comum e transforma o Bope num “mito”. Curioso é que o “mito” surge na película como matador implacável, porém imune a desvios de conduta administrativos ou criminais, incluindo, claro, a suposta extorsão denunciada de dentro da favela para o disque-denúncia e já tachada de “roubo”, vocábulo de efeito arrasador.

Não importa aqui se o fato ocorreu verdadeiramente. Importa, sim, esclarecer que os PMs foram afastados porque são investigados pela corporação. Portanto, os PMs não foram “expulsos” de lugar nenhum, pois a expulsão é ato administrativo extremo e dotado de regras claras nas leis e nos regulamentos que regem a PMERJ. E eu mais diria que isto é espécie de “tiro pela culatra”; pois a ideia do “mito” só existe porque foi posta nos filmes e jorrada na sociedade expectadora, como se ela apreciasse um aquário de peixes prateados, dourados e multicoloridos nadando entre alguns peixes feios, sem cores agradáveis. Mas agora isto se tornou um problema, pois despertou a ira dos criadores desta falsa imagem de perfeição quase que “divina”...

Primeiro porque estimulou o desvio de finalidade no seio da corporação, evidência notada e anotada em relação ao Batalhão de Choque, que hoje atua em favelas se confrontando com traficantes e tenta, por isso, transformar-se numa espécie de “segunda tropa de elite” – uma aberração institucional. Tal “cultura” evoluiu a ponto de entre alguns oficiais, graduados e praças do BPCh consolidar-se a nefasta ideia de quem não possui brevê é “peito de ladrilho”; ou seja, espécie covarde do gênero PMERJ, que tem no BOPE e no BPCh suas tropas de proa a sustentarem as UPPs e seus “espartanos”, que morrem às pencas enquanto pulam a cerca da retidão virtualmente traçada pela mídia interessada neste questionável programa de “policiamento de proximidade”. Porque se tornou a mais e mais repressão nos moldes de sempre...

Ora, tudo pura falácia! Afinal, há desvios de conduta no BOPE e no BPCh, assim como no resto da PMERJ (maioria da tropa), e em todas as instituições civis e militares formadas por seres humanos, bastando ser assim para haver nelas as mesmas imperfeições! Mas isto apenas nos aponta a realidade de que os PMs são seres humanos, portanto sujeitos a imperfeições. O resto é malícia de quem não é investigado por ninguém por força do poder que seus cargos encerram e por interesse de uma imprensa viciada em criar e repetir mentiras mil vezes para torná-las verdades. Estes, diferentemente da PMERJ, permanecem impunes ad aeternum...

A duas... Bem, é o que basta!


Um comentário:

Anônimo disse...

E mais não digo, por desnecessário. Fariseus.