“O
mundo está perigoso para se viver! Não por causa daqueles que fazem o mal, mas
por causa dos que o veem e fazem de conta de que não viram.” (Albert
Einstein)
Do G1 Rio
20/05/2015
06h41 - Atualizado em 20/05/2015 06h41
Dois policiais
militares são baleados em comunidades com UPPs no Rio
André Luiz Bezerra levou
um tiro no peito na Favela do Rato Molhado.
Anderson Duarte foi baleado na perna no Morro São João.
Dois policiais militares foram baleados na noite desta terça-feira (20)
em duas comunidades do Rio. O soldado André Luiz Bezerra levou um tiro no peito na Favela do Rato
Molhado, no Jacaré, no Subúrbio. Ele trabalha na UPP do Jacarezinho e foi levado
em estado grave para o Hospital Salgado Filho, no Méier. Até o horário de
publicação desta reportagem não havia informação sobre o seu estado de saúde.
No Morro São João, na Zona Norte, que também tem UPP, o sargento
Anderson Duarte foi baleado na perna. Como mostrou o Bom Dia Rio, ele foi
socorrido no Hospital Salgado Filho e passa bem.
G1 Rio
20/05/2015
11h05 - Atualizado em 20/05/2015 13h46
Polícia faz perícia em trecho da Lagoa, no Rio,
onde médico foi esfaqueado
Jaime
Gold foi ferido na noite de terça (19) e não resistiu aos ferimentos.
Segundo testemunhas, dois adolescentes o atacaram na ciclovia.
Agentes da Polícia Civil faziam por volta das 11h desta quarta-feira
(20) uma perícia no local onde o médico Jaime Gold, de 57 anos, foi esfaqueado na Lagoa Rodrigo
de Freitas, na Zona Sul do Rio, na terça-feira (19).
De acordo com a polícia, a vítima andava de bicicleta quando foi
abordada por dois adolescentes. Mesmo sem reagir, o cardiologista foi atacado
na barriga e no braço. Ele morava em Ipanema com um casal de filhos.
Segundo o delegado André Leiras, que participou na perícia nesta manhã,
após a confirmação da morte do médico, as investigações ficaram a cargo da DH.
"A Divisão de Homicídios agora assumiu a função investigativa. A 15ª DP já
passou tudo para a gente. Ainda hoje vamos analisar as imagens das câmeras de
segurança", afirmou o delegado.
O roubo aconteceu pouco depois das 19h30 da noite de terça, quando
ainda havia bastante movimento na região. Os supostos menores fugiram levando a
bicicleta.
Imagens gravadas por celular mostram o momento em que o ciclista foi
socorrido por homens do Corpo de Bombeiros. O vídeo, enviado por Whatsapp pelo
funcionário público Frederico Berger, de 45 anos, flagrou o socorro ao médico,
que foi levado para a ambulância aparentemente desorientado, com os olhos
abertos. Uma grande mancha de sangue ficou no asfalto da ciclovia.
"Ele perdeu muito sangue. Levou uma facada um pouco abaixo do
peito", contou. "Disseram que ele passa sempre ali de
bicicleta", acrescentou Berger.
Jaime Gold teve vários ferimentos na barriga e nos braços e estava
internado no Hospital Miguel Couto, na Gávea, onde foi operado e não resistiu.
Segurança
reforçada
Segundo informações do coronel Joseli Candido da Silva, comandante do 23° BPM (Leblon), o patrulhamento será intensificado na Lagoa Rodrigo de Freitas. Ele determinou que a partir desta quarta-feira os policiais façam abordagens nos ônibus que circulam na região. Haverá também apoio de policiais do serviço reservado do batalhão e ainda de policiais do Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas.
De acordo com o coronel, a principal estratégia é conciliar um
policiamento ostensivo com a mobilidade no policiamento no entorno da Lagoa.
A polícia informou que a região tem duas cabines de polícia, uma na
Avenida Borges de Medeiros e outra na Epitácio Pessoa, e são realizadas ainda
rondas diárias de viaturas, policiamento a pé, carrinhos elétricos, motos e
bicicletas.
De janeiro a abril deste ano, o batalhão da região apreendeu 110
menores na região, e ações de acolhimento de menores continuarão ocorrendo em
apoio à prefeitura do Rio, afirmou a Polícia Militar.
Outros
casos na região
Ataques desse tipo têm se tornado frequentes na Lagoa. No fim do mês passado, um adolescente de 14 anos também foi ferido com uma faca. Ele e um amigo andavam de bicicleta quando foram rendidos por quatro jovens. No mesmo dia, outro homem foi roubado e esfaqueado na Lagoa.
Em outubro de 2014, um estudante teve o pulmão perfurado quando tentou
fugir de sete adolescentes. E em junho, um comerciante foi roubado e baleado.
Ele levou um tiro na mão, outro na cabeça e perdeu a visão do olho esquerdo.
Durante a noite desta terça, já após o assalto, a equipe de reportagem
do Bom Dia Rio circulou de carro pelas avenidas Borges de Medeiros e Epitácio
Pessoa e só encontrou um carro da polícia. O caso foi registrado na 15ª DP
(Gávea).
MEU COMENTÁRIO
Vou acrescentar mais um fato, também de ontem, que não
foi noticiado em lugar algum, mas vitimou um companheiro da PMERJ que não é
caso identificar. Ele foi rendido por dois marginais em São Gonçalo, levado até
Nova Iguaçu, devidamente esvaziado de seus pertences e desembarcado do seu
carro, que seguiu em poder dos bandidos, ambos armados com um revólver calibre 38
mm e com uma pistola 9 mm, respectivamente, sendo certo que a ordem dos fatores
não altera o produto. Por sorte, o policial não estava armado e sua identidade funcional
estava oculta. De prejuízo, foram surrupiados outros documentos, o relógio, a
aliança, pouco dinheiro e seu carro.
Comento o fato com a mais absoluta certeza de que, se estivesse
ele armado e fosse identificado como PM, seria assassinado friamente pelos
marginais, que chegaram a desconfiar dele. E se ele fosse morto não renderia
mais que poucas linhas nos jornais, tal como se vê no caso dos PMs de UPP
baleados na Favela do Rato Molhado, Jacarezinho, e no Morro São João. Ou nem
haveria notícia alguma em nenhuma linha, mas somente o sepultamento restrito à família e a alguns amigos...
Sobre o anúncio da “segurança reforçada”, ou seja,
trocando-se a fechadura depois de a porta arrombada, não mais comento, é
deveras cansativo. Mas a queda do comandante do 23º BPM demonstra que a tese da
“Geni” segue seu curso com a maior naturalidade, embora se saiba que faltam
meios materiais e humanos para policiar maciçamente todas as ruas e logradouros
do RJ, mais ainda devido à concentração de expressivo efetivo em UPPs, o que, por sinal, não vem dando
resultados tão alvissareiros.
A mim, que acompanho atentamente as
notícias, até parecendo reprise de um mesmo fato, e tomo conhecimento de outras
tantas ocorrências que passam ao largo da mídia, nada disso me espanta. Também
não me atordoa ver rolar a cabeça do comandante do BPM, como se fosse ele o único
responsável pela sucessão de eventos criminosos que ocorrem em todo o RJ, e
mais intensamente na Região Metropolitana do Grande Rio, e mais precisamente na
Zona Sul da Capital, região onde habita a elite e representa o mais ruidoso de
todos os tambores pátrios.
O assassinato do médico Jaime Gold, que se exercitava
com a sua bicicleta, é crime típico de onde impera a impunidade. Segundo a
notícia, os assaltantes eram “de menores”, portanto impunes na origem... É, sem dúvida,
desfecho de uma tragédia que vem de longe anunciada. E não é difícil concluir que
falta maior frequência de patrulhamento não apenas na Lagoa, mas em todo o RJ,
e a tendência é piorar o quadro na proporção quase exata da concentração de PMs
em áreas consideradas prioritárias por abrigar poderosas quadrilhas de
traficantes, como é o caso das favelas ocupadas com UPPs, destacando-se a
última das ocupações em substituição às Forças Armadas: a Favela da Maré.
Eis uma aberrante contradição!...
Afinal, a concentração de efetivos se justifica em
muitos locais que se tornaram, ao longo de muitos anos, verdadeiras fortalezas
do tráfico, o que remete a responsabilidade ao passado, em especial ao nefasto
brizolismo a desaparelhar a polícia. Mas a prevenção ao crime como função
precípua de polícia administrativa (PMERJ) exige máxima frequência do
patrulhamento, o que doutrinariamente se denomina “inibição de oportunidade”.
Ou seja, o bandido, – que existe independentemente de outras razões que não
seja a certeza da impunidade, – o bandido busca agir sempre onde a
possibilidade de ser alcançado em flagrante delito é menor. Enfim, ele vai ao
seu alvo certo de que terá condições de praticar o crime e não ser preso. No
caso do médico, é possível supor que o alvo fosse a bicicleta, num primeiro
plano, ou alguma joia inadvertidamente usada pela vítima, num segundo plano. Ou sua carteira, como noticiado. O
resto é pura crueldade, o que os ideólogos de esquerda designam, justificando o
crime bárbaro, como “revolta dos excluídos”. Eta país de merda!...
Malgrado o fato de que não compete à PMERJ a “inibição
da vontade” por meio da inteligência e da investigação criminal, – tarefa da
polícia judiciária (PCERJ), esta que age com presteza, mas depois de o fato já
ocorrido, periciando o local do crime, verificando as câmeras instaladas por
particulares em virtude da certeza de que falta ação policial se antecipando ao
crime, – malgrado tudo isto, resume-se a ópera bufa à exoneração do comandante do
batalhão da área, em autêntica “pedrada na Geni”. E seu substituto logo anuncia
o óbvio: "reforço do policiamento", "mais mobilidade" etc. Ora!...
Ora bem, mesmo assim vamos torcer para que o PM
assaltado em São Gonçalo não passe novamente pela assustadora experiência de
ser ver dominado por dois facínoras armados, mas que nem antes nem depois foram
alcançados pela polícia. Vamos também torcer para que não morram mais PMs de UPPs.
Por derradeiro, oremos para que nenhum ciclista seja morto ou ferido no entorno
da internacional Lagoa Rodrigo de Freitas, que em breve acolherá provas
olímpicas. Mas para quem reside naquele lugar chique vai de graça um conselho:
não se arrisque a se exercitar por ali sem antes confirmar se o local segue bem
policiado. Pois a tendência é a do “cobertor curto”, a fila das UPPs está
acelerada e o efetivo tem de se desdobrar para atender à demanda por mais
segurança fardada e motorizada, esta, que parece ser a panaceia para todos os
males do crime, mas infelizmente não é...
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