sexta-feira, 31 de maio de 2013

Tragédia de Santa Maria

Contribuição do TCel PM RR Paulo Fontes


“REVISTA VEJA ON LINE

 Jean-Philip Struck
29/05/2013 - 17:25
Tragédia em Santa Maria
Justiça manda soltar réus do incêndio na boate Kiss
Sócios da boate e músicos acusados de envolvimento com o incêndio que matou 242 pessoas em Santa Maria estavam presos desde o dia 28 de janeiro.
A Justiça do Rio Grande do Sul concedeu liberdade provisória na tarde desta quarta-feira para os quatro acusados de envolvimento com o incêndio da boate Kiss, em Santa Maria (RS), que deixou 242 pessoas mortas em janeiro. 
Os acusados são os dois sócios da boate, Elissandro Spohr (conhecido como o Kiko) e Mauro Londero Hoffmann, e os músicos da banda Gurizada Fandangueira Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Augusto Bonilha Leão. Presos desde o dia 28 de janeiro, os quatro são réus por homicídio doloso qualificado e tentativa de homicídio.
A decisão de soltá-los foi tomada pela 1º Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Originalmente, o pedido de soltura havia sido feito pela defesa do vocalista da banda, Marcelo de Jesus dos Santos. Com a decisão, o pedido acabou sendo estendido para os outros três acusados.
Todos os três desembargadores concordaram com a tese de que os acusados não representam risco para o andamento das investigações, e, portanto, não há motivo para manter a prisão preventiva. 
O relator do caso, desembargador Manuel Martinez Lucas, disse que não viu risco de periculosidade ou maldade nos acusados. “Não se vislumbra na conduta dos réus elementos de crueldade, de hediondez, de absoluto desprezo pela vida humana que se encontram, infelizmente com frequência, em outros casos de homicídios e de delitos vários”, escreveu. 
Um grupo de parentes de vítimas chegou a viajar de Santa Maria até Porto Alegre para acompanhar o julgamento do pedido de liberdade provisória. Após o pedido ser aceito, eles ficaram revoltados e, em protesto, chegaram a bloquear por alguns minutos uma avenida em frente ao tribunal.
Depois de decidirem pela liberdade dos réus, os desembargadores também julgaram um pedido da defesa de Elissandro Spohr, um dos sócios da boate, que pedia a "inépcia de denúncia" entregue pelo Ministério Público, ou seja, queria a anulação do documento. A defesa apontava falhas na elaboração da denúncia. Os desembargadores recusaram o pedido.
Incêndio - A tragédia da boate Kiss ocorreu na madrugada de 27 de janeiro. A perícia apontou que o fogo começou após um dos integrantes da banda Gurizada Fandangueira, que se apresentava na casa, utilizar um sinalizador durante o show.  A faísca atingiu a espuma de poliuretano que revestia o teto para o isolamento acústico do local, que entrou em combustão. Laudos anexados ao inquérito apontaram que 100% das  mortes ocorridas na boate ou em hospitais ocorreram por asfixia por cianeto e monóxido de carbono, liberado pela queima da espuma. 
Segundo a denúncia, foi Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da Banda Gurizada Fandangueira, que acionou o sinalizador. Além das mortes, o gás tóxico e as chamas deixaram 623 feridos. 
Lotação - De acordo com a polícia, as investigações também concluíram que no mínimo 864 pessoas estavam na boate Kiss no momento do incêndio, o que superava a capacidade de 691 pessoas autorizada pelos bombeiros. Depoimentos de 108 pessoas também confirmaram que um dos integrantes da banda tentou apagar as primeiras chamas com um extintor que não funcionou. Outras 84 pessoas contaram que os seguranças da boate Kiss impediram a saída das vítimas por alguns segundos após o início do incêndio.
Durante as investigações, a Polícia Civil gaúcha também apurou que o sinalizador utilizado era inadequado para ambientes internos e a espuma era altamente inflamável. O fogo e a fumaça provocaram 234 mortes no local, a maioria por asfixia – oito pessoas morreram enquanto estavam em hospitais. Quatro pessoas ainda permanecem internadas.”





Sim, é verdade. Nós matamos 242 pessoas, todas jovens, que foram se divertir na nossa boate Kiss. Nós burlamos a legislação federal, estadual e municipal que regula o funcionamento de casas noturnas. Nós pagamos propina para que o Alvará de funcionamento fosse liberado. Nós também permitimos que fogos de artifício de uso proibido para ambientes internos fossem soltos pela tal da Gurizada Fandangueira. Sim, nossa boate, melhor dizer Inferno, só possuía uma única porta de entrada e saída para evitar calote no pagamento das comandas. Mas nós  fizemos isso porque sabemos que as leis no Brasil não são cumpridas e só quem vai para a cadeia neste país  são os pobres ou negros que não tem onde caírem mortos. Nós só matamos 242 pessoas porque sabemos que nada vai acontecer conosco e mais cedo ou mais tarde um juiz concederá habeas corpus para que possamos responder ao processo em liberdade. Nós imaginamos que, se o próprio mensalão, o maior caso de  roubo aos cofres públicos desta República tupiniquim, demorou 7 anos para ser julgado, quanto tempo não levaria para ser julgado o assassinato de apenas  242 jovens na flor da idade?
 
Sim, nós sabemos que este é o país da impunidade, da imunidade, da corrupção, da propina e que por isso nada vai acontecer conosco porque vamos responder em liberdade pelo assassinato de 242 estudantes graças à tal da Lei de Execuções Penais, que em 1984 alterou o Código de Processo Penal e sendo assim vamos empurrar com a barriga por vinte anos ou mais ou quem sabe até a prescrição da pena, que, cá para nós, também é um negócio muito interessante.
 
O Juiz nos colocou em liberdade porque entendeu que nós não representamos perigo para a sociedade, somos primários e temos endereço certo, embora tenhamos assassinado 242 jovens em plena flor da idade e desgraçado as famílias que nunca vão esquecer e superar a perda dos seus entes queridos.
Sim, nós sabemos que a sociedade brasileira não vai reagir porque ela está dopada pelas drogas legais e ilegais e adora assistir futebol, novelas, BBS, UFC e outros programas de quinta categoria na TV, tudo conduzido  por âncoras, melhor dizendo,  robôs comandados pelo ponto na orelha, e logo cairá tudo no esquecimento.
Ah, sim, ia me esquecendo de dizer que  nós fizemos isso porque no país da "Bruzundanga” a sociedade só levanta da sua poltrona  para  ir à praia  ou participar de tudo quanto é passeata exceto as que protestam contra a corrupção, a roubalheira e esse regime político que  pode ser chamado de Esgotocracia, Roubocracia, Bandidocracia, Criminocracia, Cleptocracia,  Corruptocracia, Descaradocracia. Sim, pode ser tudo, menos DEMOCRACIA !
Sim, nós fizemos e vamos fazer de novo, e daí!
 
TCel PM Paulo Fontes
 

Um comentário:

Anônimo disse...

Cmte Misoca

O programa da Regina Case (02/06/2013) que foi levado aos lares de milhões de brasileiros e outros milhões de Sul americanos de língua espanhola. Comoveram-me tanto que, além de chorar fiquei toda "malhadinha".
Lindo, o encontro do juiz federal Odilon de Oliveira De Ponta Porã, no Mato Grosso do sul, fronteira com o Paraguai, Regina, José Júnior, presidente do Afro Reggae, Marlova Stawinski, da UNESCO, do Chefe do Estado Maior da PMERJ, bem como ex-traficantes (sic) etc., etc., etc.- Sabe Misoca eu também acredito em vampiros, duendes, fadas e no boi tatá.