sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Para o fim se semana

Momento de arte


Viajei até Campo Grande, MS, para assistir a mais um recital de violão de Carmem Di Novic interpretando Urany Larangeira, meu saudoso tio. O evento deu-se no Teatro Aracy Balabanian, sob os auspícios do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundação de Cultura), integrado a um programa daquele Estado-membro denominado “Quarta Erudita”.
Foi mais uma noite de grande emoção. Eu representei a família Larangeira com grande gosto, pois vale a pena ouvir a talentosa violonista tocar as cordas do seu violão. Mais ainda ouvi-la reproduzir o som criado por meu tio, dileto professor da concertista e por ela homenageado após sua morte. Não fosse a aluna-prodígio, é bem possível que o mundo jamais soubesse de Urany Larangeira, pois ele era avesso aos holofotes.
Ainda bem que Carmem Di Novic, aluna dele e sua grande amiga ao longo da vida, deliberou lançar ao conhecimento dos apreciadores da música clássica ao violão parte da obra de Urany Larangeira. Não fosse ela, em pouco tempo a lembrança da existência dele ficaria restrita a algumas gerações da família, mesmo assim sem chance de ouvir suas canções.
O tio era pessoa simples, recatada, mas um fenômeno ao riscar partituras e dedilhar o violão. Inversamente à teimosia em se ocultar das luzes, ele amava ensinar, e não apenas o violão, mas também Matemática, disciplina que lecionou na rede pública de ensino médio em São Gonçalo/RJ. Mas foi em Umuarama, Paraná, que o destino dele se cruzou com o da sua aluna ainda pré-adolescente. Em temporada na casa da filha, médica, Margot Larangeira, radicada naquela distante cidade paranaense, Urany Larangeira encontrou um meio de propagar a sua obra ensinando-a numa Escola de Música local. Sim, foi lá que lhe surgiu à frente, ainda pré-adolescente, aquela que hoje impressiona muitas platéias Brasil afora com seus toques mágicos nas cordas do pinho. E não apenas no Brasil: ela já se apresentou com sucesso nos EUA, país que muito incentiva a arte instrumental.
Ponho aqui a notícia e peço aos meus amigos leitores que visitem Carmem Di Novic clicando no link ao lado. Espero que todos, tanto como eu, se deliciem da arte pura do violão ouvindo algumas peças por ela postadas. Também no Youtube há alguns vídeos que podem ser acessados. Não deixem de fazê-lo e assumo o compromisso de um dia trazê-la ao Rio de Janeiro para um grande concerto de violão. Espero convencer o meu amigo presidente da AME/RJ (Associação dos Oficiais Militares Estaduais), Coronel PM Fernando Belo, a patrocinar o evento na sede daquela entidade, até porque meu saudoso tio envergou durante anos de sua vida a farda da briosa do antigo RJ e era exímio cavalariano. Sim, ele serviu na Ala de Cavalaria da extinta PMRJ, na época denominada Força Pública, onde hoje funciona o Colégio da PM, no Fonseca-Niterói.




Não me parece impertinente o desvio de assunto. Afinal, falo de um artista que vestiu farda de praça naquele quartel; falo de um professor de matemática e de uma concertista igualmente mestra em música, licenciada em Letras pela UNIPAR – Universidade do Paraná –, inclusive fomentadora do ensino musical às crianças (fundou em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul uma Academia de Música que leva o seu nome). Ainda ela se dedica à Musicoterapia, eis que para tal é pós-graduada pelo Conservatório Brasileiro de Música – Centro Universitário do Rio de Janeiro. Nesta cidade ela passou longos anos se dedicando ao seu aperfeiçoamento em nível de mestrado. Termino postando as notícias sobre Carmem Di Novic e desejando um bom fim de semana a todos!




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