sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Sobre a extinção do Colégio da PM II




A matéria em destaque, extraída do Jornal da Caixa Beneficente (Edição 16 – Ano 2), exagera no glamour em favor da instituição PMERJ. De tal modo que mais parece ser mera extensão do poder reinante, quando deveria primar pela independência para cuidar dos interesses de seus infelizes associados. Espero que o próximo número seja menos servil e trate, num primeiro plano, das dificuldades enfrentadas pelos PMs na sua vida pessoal e familiar, o que envolve saúde, educação e vários direitos sociais ignorados pelo sistema situacional.

Assim penso porque o passado recente da CB não a recomenda ante seus associados, e muito há a ser resgatado antes de se rasgar elogios ao sistema situacional, apesar de os companheiros destacados nas matérias elogiosas merecerem-nas por seus feitos e feitios. Só que difundidos em jornal errado, pois os associados não estão interessados no sucesso de missões institucionais, mas em aplacar o histórico fracasso da CB ao cuidar de seus interesses particulares, o que, por enquanto, até está se transformando em alvíssaras de boa administração, faça-se também justiça.

Que me desculpe o atual presidente da CB por minha assertividade! Mas creio ser ela necessária porque senão fica parecendo que está tudo muito bem, mesmo que não esteja... E insisto ainda dizer: causa-me igual estranheza, na matéria em comento, a falta de definição da CB. Faltou-lhe dizer se é contra ou a favor da extinção do colégio, demais de não oferecer apoio explícito à sua manutenção. Afinal, é certo que muitos PMs, cujos filhos lá estudam, descontam em favor da entidade e esperam ver-se representados como merecem. Daí a necessidade de pronunciamento da CB em favor da permanência do colégio, porque o contrário (defesa do sistema situacional que almeja extingui-lo) é simplesmente inadmissível.

Para mim não ficou claro o posicionamento da CB. Não ultrapassou os limites da constatação do absurdo, o que foi deveras útil, é verdade, mas insuficiente na essência. Por isso anseio que a CB se manifeste a favor das crianças que lá estudam, pois entendo ser a CB não um braço de poder da PMERJ, mas uma fonte de poder e de direitos dos sofridos PMs.

Por enquanto devo insistir em que o excesso de elogios ao sistema seja logo compensado por manifestações contundentes em favor da categoria, de modo que se justifique a existência da entidade, cuja obscuridade não será vencida com pouca luz, acrescendo que o interruptor da CB não pertence a ninguém além do seu presidente, eleito em conturbada votação, o que o obriga a se acautelar em termos duma legitimidade apoucada no atual contexto; aliás, além de apoucada, está sub judice.

Faço a cobrança com a tranquilidade de quem, embora não tenha comparecido ao pleito por razão de doença, expediu e-mails rogando a muitos companheiros o voto para o atual presidente. Agrada-me, por conseguinte, vê-lo presidindo a CB. Só depende dele, porém, convencer-me a permanecer associado e lhe dar meu voto em eleições futuras...

2 comentários:

NEIDE disse...

É INDIMISSÍVEL, NUM PAÍS COMO O NOSSO ONDE PROLIFERA UMA POPULAÇÃO SEMI-ANALFABETA, AO INVÉS DE CONSTRUIR NOVOS COLÉGIOS, FAZER MANUTENÇÃO DOS QUE JÁ EXISTEM, QUERER FECHAR UM QUE TANTO BENEFÍCIO TRÁS AQUELES QUE ALÉM DE NÃO TEREM UM SALÁRIO DIGNO, TAMBEM CORREM O RISCO DE FICAR SEM ENSINO AOS SEUS DECENDENTES. QUE FALTA DE RACIOCÍNIO É ESTA? OU SERÁ QUE É FALTA DO QUE FAZER MESMO? NÃO QUERO CRER QUE SEJA PELO FATO DE NÃO ESTAR DANDO LUCROS PARA DETERMINADAS PESSOAS. NEGO-ME A CHEGAR A ESSA CONCLUSÃO. QUERO ACREDITAR QUE TENHA SIDO UMA "DESORIENTAÇÃO DE MOMENTO" TAL PENSAMENTO E QUE A SENSATEZ VOLTE A REINAR NO INTERIOR DO CÉREBRO DE TAL CRIATURA.

Paulo Xavier disse...

Nos meus tempos de caserna, alguns praças, principalmente soldados, em tom jocoso diziam: SD quer dizer "sem direito" e parece que eles tinham razão. Disse bem a Neide; num país onde o anafalbetismo prolifera, fechar um colégio seria coisa de irracional.