quinta-feira, 18 de março de 2010

Bons tempos, melhores dias

Tenho a mania de criticar estruturas, sistemas, culturas etc. Às vezes algumas pessoas que eventualmente ocupam espaços de poder entendem minhas críticas como pessoais, embora não sejam. Esse mau hábito de personalizar cargos, – como os príncipes, reis e imperadores faziam e ainda fazem os ditadores, – é vencedor dos tempos. A burocracia garante a permanência desta prática danosa de manutenção do status quo e do proposital desconhecimento dos direitos e garantias individuais. Por isso é salutar perceber que a PMERJ, atualmente, está comandada por oficiais dispostos a mudar essa cultura tacanha e injusta que costuma receber muitos adeptos e poucos adversários.
Rever injustiças passadas poderia soar como mera obrigação do administrador eventual, mas a realidade é a de que elas só se acumulam e ninguém até então se encorajou a ponto de revê-las. A desídia, na verdade, vem se sagrando vencedora; os novos males se superpõem aos anteriores, em absurdo descaramento, e o ânimo da tropa desaba. Nada se conserta de caminho, ou por temor ou por tendência histórica ao “tudo como dantes no quartel de Abrantes”. Mas não agora, porque efetivamente algo está mudando na PMERJ. Ela não está inibida ante suas feridas malcuradas. Busca remédios até espantando alguns observadores críticos, como eu, ao determinar o resgate de direitos negados ou descuidados no passado. Ponto positivo para a atual administração, e eu me sinto orgulhoso por ver minha instituição partindo corajosamente para a revisão de decisões prejudiciais à tropa consagradas no passado.
Deixo abaixo um texto de Boletim Interno da PMERJ que bem define o senso de justiça e a coragem dos atuais dirigentes. Rever os erros é preciso. Consertá-los, reconhecendo o direito dos atingidos por decisões errôneas, pode parecer simples e corriqueiro, mas não é. Portanto, é imperioso reconhecer e divulgar para toda a PMERJ esse momento que se poderia gravar como histórico numa corporação que insiste em ter sete vidas e não respeitar seus integrantes.
Na medida em que alguns PMs são beneficiados por decisões de altíssima importância profissional e pessoal, o homem deixa de ser rebanho e passa a ser sujeito de carne, e osso, e espírito, e alma, seja soldado, seja coronel. E tal estado de espírito se reflete positivamente na tropa e ela, otimista, tende a melhorar seu desempenho.
Como sou um crítico contumaz, mas não um pessimista de plantão, devo admitir publicamente minha satisfação ao constatar medidas como a que destaco, dentre muitas outras que estão acontecendo em favor da tropa e resgatando a dignidade do PM. Não nego que falta muito a ser feito e que só depende de coragem dos dirigentes, o que não está faltando. Pode ser, também, que nada signifique o meu aplauso isolado. Sou um modesto blogueiro visitado por não mais de cem leitores diariamente. Não me importa! Dou valor à minha opinião e é o que me basta! Meus modestos e sinceros parabéns aos atuais dirigentes da PMERJ!

4 comentários:

Paulo Xavier disse...

Escuta tua consciência antes de agir, porque a consciência é Deus presente no homem.
Victor Hugo

Lembrei-me, de repente, da obra do Victor Hugo, "Os miseráveis", o protagonista Jean Valjean fora condenado a 19 anos nas galés, por ter furtado um pão para alimentar sua irmã e 7 sobrinhos famintos...
Quantos "Jean Valjean" existem por aí?

Neide disse...

Mesmo que seja crítica, nunca deixe de colocar em pauta sua opinião, pois, se o senhor o faz, tenho a certeza que é por experiência de um tempo sofrido e que deixou muitas marcas em seu peito e em sua mente. Talvez o que acham que o que o senhor diz seja uma crítica pode servir de luz para alguem que só dispõe do cargo mas não dispõe de idéias e soluções. Não desista nunca.

Emir disse...

Valeu, Neide!

Obrigado pelo incentivo!
Abs

arguelles disse...

retire os parabens,ja publicaram outro Bol Pm nos tirando este direito.A velha Politica continua..