“O mundo está perigoso para se viver! Não
por causa daqueles que fazem o mal, mas por causa dos que o veem e fazem de
conta de que não viram.” (Albert Einstein)
Ontem, dia 21, sábado, saímos de Maricá/RJ, minha
esposa e eu, com destino a Niterói, em torno de 17:00hs. Logo ao passarmos pelo
primeiro “pardal”, percebemos que estava desligado pelos administradores da
rodovia (presumo que seja o DER, já que se trata de rodovia estadual). E fomos
prazerosamente constatando o mesmo procedimento nos radares seguintes, evidenciando-se
a nítida intenção do DER de liberar o fluxo de veículos que retornavam da
Região dos Lagos com destino à capital e algures. Boa medida, sem dúvida, o
tráfego fluindo livremente, como se fora rio de leito desimpedido de entulhos,
coisa rara.
Mas como alegria de pobre dura pouco, demos de cara,
em espanto, com um congestionamento de mais de três quilômetros no sentido
contrário (Tribobó-Maricá) provocado por inusitada blitz da PMERJ na pista de
subida. Refiro-me à PMERJ e não ao BPRv porque não sei se eram PMs desta
unidade especial ou do 7º BPM, o que e ao fim e ao cabo tanto faz...
Ah, é fácil imaginar a ira dos usuários ao enfrentarem
o terrível congestionamento em horário de sol a pique (corresponde a quatro horas
da tarde sem o horário de verão que terminou hoje). Descontentamento, por
sinal, mais que justificado diante da aberração produzida por alguns PMs ocupantes
de duas viaturas, de um lado, tendo como incomodados milhares de pessoas, do
outro. Isto num dia em que a briosa amanheceu triste com a notícia em todos os
jornais informando a exclusão disciplinar de 43 graduados e poucos soldados,
todos supostamente envolvidos em corrupção na Zona Oeste do Rio. Cá entre nós, a
notícia correu todas as praças e decerto muitos dos incomodados sabiam do
desgastante episódio. Enfim, como desgraça pouca é besteira, a inusitada blitz (Ação
Repressiva, assim tipificada nos regulamentos internos da corporação, ou seja, uma
exceção à regra do policiamento normal) a inusitada blitz veio a ampliar e
aprofundar a já péssima imagem da PMERJ na tessitura social do RJ.
Espantosa a contradição, sim, esta que se vislumbrou:
enquanto o DER facilitava a vida dos motoristas desligando os controles de
velocidade da pista no sentido Região dos Lagos/Rio, na de subida, onde muito
usuários seguiam provavelmente para recolher seus parentes e retornarem hoje,
domingo, dia do rush, a PMERJ agiu literalmente na contramão de direção,
bastando alguns PMs dispostos a estragar a iniciativa do DER, fruto de meritório
esforço despendido no planejamento e na execução da útil medida (todos os
“pardais” cobertos com plástico escuro e os controladores eletrônicos cobertos
com plástico branco, com a informação “desligado”). Enfim, fluxo livre de
veículos para evitar congestionamentos.
Depois a briosa reclama de ninguém dar atenção aos
seus integrantes baleados diariamente, e muitos deles gravemente feridos ou mortos
por ferozes bandidos ainda dominando áreas que vêm sendo pacificadas por UPPs
ao custo de muito sangue. Ora, como e por que reclamar?... E mais reclama a
PMERJ de muita gente vir a público defender sua extinção, menoscabando seu
valor na manutenção da ordem pública. Ora, ora!... É indiscutível que qualquer
congestionamento por si só é fator de desordem, indica algum incidente em vias
urbanas e rodovias a demandar ações policiais no sentido de solucioná-lo. Portanto,
quando a PMERJ está a produzir a interrupção deliberada do tráfego, sem
qualquer objetivo prático e legítimo, ela o está desordenando quando deveria ordená-lo,
como o fez o DER em boa hora e em vista do bem-estar dos cidadãos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário