Denegrir as polícias
e desconstituir a segurança pública é acabar com linha que separa a lei e ordem.
Aí é o caos...
BLOG ALUIZIO AMORIM
sábado, janeiro 24, 2015
Olavo de Carvalho: o banditismo como arma de guerra revolucionária.
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Transcrevo como segue inclusive com o texto de abertura a entrevista que
o jornalista, escritor e filósofo Olavo de Carvalho concedeu ao site do
Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF). Entrevista como
esta jamais será veiculada pela grande mídia já que se contrapõe à narrativa
dominante da engenharia social por meio da ideologia do politicamente correta,
voltada à domesticação das massas. Os bandidos passam a ser os guardiães do
poder dos comunistas do Partido dos Trabalhadores, no caso brasileiro, enquanto
nos porões do Palácio do Planalto prepara-se uma lei para desmilitarizar as
polícias militares ao mesmo tempo em que a grande mídia inteira e seus
jornalistas idiotas e criminosos se encarregam de desmoralizar as polícias.
Por tudo isso, esta entrevista de Olavo de Carvalho merece ser lida com
atenção, principalmente pelos senadores e deputados e seus assessores. Leiam:
O filósofo Olavo de Carvalho é certamente o mais comentado intelectual
brasileiro da atualidade. É autor de vários livros, dentre os quais O Jardim
das Aflições, O Imbecil Coletivo, O Futuro do Pensamento Brasileiro, entre
outros. Além de ser fundador e editor-chefe do website de media watch e
opinião Mídia
Sem Máscara, escreve para o jornal Diário do Comércio, de São Paulo. Também
ministra aulas online em seu Seminário de Filosofia (www.seminariodefilosofia.org) e preside o The Inter-American
Institute (http://theinteramerican.org), de cujas atividades participam
grandes nomes da intelectualidade dos EUA e da América Latina.
Olavo prontamente se dispôs a dar seu parecer ao Sindicato
dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF) sobre questões relacionadas
à política brasileira, a gestão da segurança pública, o trabalho das polícias,
desarmamento e a criminalização da atividade policial no cenário cultural.
Sinpol-DF: Segundo as estatísticas do Anuário do Fórum Brasileiro
de Segurança Pública, em 2013, cerca de 490 policias foram mortos no Brasil. De
2009 para cá, o número chega a 1.170 policiais. O número total de
homicídios no país ultrapassa os 50 mil. São números alarmantes que
indicam um estado de guerra civil não declarada. Porém, ao noticiar tais
estatísticas, a imprensa deu destaque às mortes de civis provocadas por
confronto com as forças policiais, para concluir que a polícia brasileira “mata
muito”. O senhor concorda?
OLAVO DE CARVALHO: Pelo menos, desde os anos 60 do século passado, a
esquerda internacional e nacional não esconde seu propósito de utilizar o
banditismo como arma de guerra revolucionária para a conquista do poder total.
A ideia, sugerida inicialmente por Herbert Marcuse, é aplicada em
diferentes dimensões. No aspecto cultural, trata-se de mostrar os criminosos
como vítimas inocentes da injustiça social, legitimando as suas ações
delituosas como forma de protesto. Expliquei isso na série de artigos “Bandidos
e Letrados” (Jornal do Brasil, 26 de dezembro de 1994), cuja leitura recomendo a
vocês para que eu não precise me repetir aqui.
Um segundo aspecto é a aproximação direta entre militantes políticos
armados e gangues de assaltantes, narcotraficantes e sequestradores. Expliquei
isso nos capítulos finais do livro A Nova Era e a Revolução Cultural: Fritjof
Capra & Antonio Gramsci, cuja quarta edição foi publicada em 2014 pela Vide
Editorial. Com isso passa-se da mera guerra cultural à criação de um poder
armado capaz de abalar a ordem social.
O terceiro passo é desarmar a população civil e, em seguida, a própria
polícia, sob os pretextos mais rebuscados e estapafúrdios, enquanto as
quadrilhas de criminosos se armam cada vez mais, com a complacência, senão a
ajuda ativa do partido governante (o traficante Fernandinho Beira-Mar descreveu
em detalhes como comprava cocaína das Farc – quadrilha associada ao PT no
quadro do Foro de São Paulo – em troca de armas trazidas do Líbano).
Não é preciso dizer que, num país onde ocorrem de cinquenta a setenta
mil homicídios por ano, a polícia matar dois mil bandidos não é de maneira
alguma um fenômeno anormal ou escandaloso, e a mídia, ao apresentá-lo assim,
está apenas prosseguindo à guerra cultural acima mencionada e fazendo a ponte
entre ela e o planejado desarmamento da polícia.
O Brasil está numa fase avançadíssima de guerra revolucionária – muito
mais avançada do que em 1964, com a diferença essencial de que agora a mídia
praticamente inteira se tornou um instrumento auxiliar do movimento comunista,
encarregando-se de desinformar e anestesiar a população para que não perceba o
que está se passando, bem como de instigar o ódio a todos que possam constituir
obstáculos à consecução dos seus objetivos totalitários.
SINPOL-DF: Uma das queixas mais frequentes no meio policial é a
extrema desvalorização pela qual passa a profissão. Os policiais brasileiros
sofrem um verdadeiro “bullying” institucional. Em meio a difícil missão de
manter a ordem e garantir a lei numa sociedade tomada pelo crime, são difamados
pela mídia, criticados por intelectuais, desrespeitados pelos cidadãos e
perseguidos pelo Ministério Público e pelo Judiciário. Parece que
trabalhar pela segurança pública no país tornou-se algo proibitivo. A que o
senhor atribui isso?
OLAVO DE CARVALHO: A explicação é simples: um partido revolucionário
aliado à gangues internacionais de narcotraficantes e terroristas tomou o
poder, controla todos os setores da administração federal, do sistema
judiciário, da máquina eleitoral e, mais sutilmente, da própria mídia, e está
empenhado em neutralizar ou destruir todos os seus adversários potenciais. Sempre
que um partido revolucionário sobe ao poder numa democracia, por via eleitoral,
sua conduta revela uma ambiguidade desnorteante, pois ele tem de se fazer
de guardião da mesma ordem pública que ele está tentando destruir. A polícia,
cuja subordinação não é a nenhum partido, continua a cumprir a sua
obrigação normal de manter a ordem pública, e isto basta para fazer dela um
temível obstáculo no caminho das ambições revolucionárias.
SINPOL-DF: No enfrentamento ao crime, as forças policiais vivem
hoje uma espécie de “guerra assimétrica”, na qual um dos lados “pode tudo” e o
outro, representado pelo Estado, está adstrito a uma série de regras e
procedimentos que criam embaraços à sua atuação, sem contar os inumeráveis
questionamentos legais e judiciais que são feitos a posteriori, no conforto dos
gabinetes, desconsiderando as dificuldades inerentes à atividade policial, que
lida com situações-limite. O senhor pode comentar isso?
OLAVO DE CARVALHO: Enquanto continuarmos a identificar o Estado com o
partido revolucionário que se apossou dele e que ainda o controla mediante a
fraude eleitoral da apuração secreta – fenômeno jamais visto em nenhuma
democracia do Ocidente –, a polícia continuará dividida entre duas lealdades:
de um lado, à lei e à ordem; do outro, ao governante que, fingindo defendê-las,
tudo faz para destruí-las. A única solução do dilema é seguir a lei e a ordem,
ignorando as falsas autoridades que semeiam o ódio à polícia e favorecem
descaradamente o banditismo.
***
Trecho do ensaio “Bandidos e Letrados”, citado por Olavo de Carvalho na
entrevista, e publicado no Jornal do Brasil em 26 de dezembro de 1994
(depois reproduzido em O Imbecil Coletivo, Rio, Faculdade da Cidade
Editora, 1997).
Não conheço um único bom livro brasileiro no qual a polícia tenha razão,
no qual se exaltem as virtudes da classe média ordeira e pacata, no qual
ladrões e assassinos sejam apresentados como homens piores do que os outros,
sob qualquer aspecto que seja. Mesmo um artista superior como Graciliano Ramos
não fugiu ao lugar-comum: Luís da Silva, em Angústia, o mais patológico e feio
dos criminosos da nossa literatura, acaba sendo mais simpático do que sua
vítima, o gordo, satisfeito e rico Julião Tavares — culpado do crime de ser
gordo, satisfeito e rico. Na perspectiva de Graciliano, o único erro de
Luís da Silva é seu isolamento, é agir por conta própria num acesso impotente
de desespero pequeno-burguês: se ele tivesse enforcado todos os burgueses em vez
de um só, seria um herói. O homicídio, em si, é justo: mau foi cometê-lo em
pequena escala.
Humanizar a imagem do delinquente, deformar, caricaturar até os limites
do grotesco e da animalidade o cidadão de classe média e alta, ou mesmo o homem
pobre quando religioso e cumpridor dos seus deveres — que neste caso aparece
como conformista desprezível e virtual traidor da classe —, eis o mandamento
que uma parcela significativa dos nossos artistas tem seguido fielmente, e a
que um exército de sociólogos, psicólogos e cientistas políticos dá
discretamente, na retaguarda, um simulacro de respaldo “científico”.
O ensaio pode ser lido na íntegra em:
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