Cheguei ontem de viagem (João Pessoa-Rio de Janeiro). A viagem de ida, digamos
que foi razoável: Aeroporto Internacional do Galeão carcomido pela falta de
manutenção mínima, avião lotado e inesperada aterragem em
Campina Grande para despejar passageiros e recolher mais alguns. Dentro do
avião, o ridículo lanche limitado a poucos itens e preços exorbitantes.
Enfim, tudo irritação a ser
superada pela natural motivação em vista do desconhecido e da alegria de viajar
em férias. Em João Pessoa, nada a reclamar, cidade ótima, hotel simples, mas
excelente, praias lindas, natureza exuberante, pôr do sol às margens do rio
Paraíba ao som do Bolero de Ravel, tudo perfeito e emocionante.
Não falarei dos incidentes em
João Pessoa. Foram mínimos. Mas o desfecho da aventura não poderia ser mais
desagradável, não se considerando problemas técnicos com a aeronave (Graças a
Deus não houve!) que nem me permitissem estar aqui e agora escrevendo este
texto.
O fato único e deveras
desagradável aconteceu no embarque em João Pessoa com destino ao Rio de
Janeiro.
Ao fazer o despacho das bagagens
(duas pequenas malas e uma valise), em aeroporto vazio, no horário aproximado
de 09:20hs, de 22/11/2014, estranhei o modo como os atendentes procederam. Surgiu
um funcionário de cor branca, forte e alto, para “ajudar” a atendente, embora o
tempo de atendimento não estivesse sob nenhuma pressão, o voo sairia somente às
10:40hs.
O tal sujeito pegou a mala da
minha esposa e vedou o acesso ao fecho, em todo o seu prolongamento, em volta
da mala, com fita adesiva enfeitada com a logomarca da GOL. Mas não repetiu o
procedimento em relação à minha mala. Ignorou-a, e enfiou a valise num
desproporcional saco plástico, porém sem fechá-lo com a mesma fita adesiva, o que
lhe seria fácil fazer. Um detalhe: antes do estranho procedimento, minha esposa
havia solicitado que a valise fosse lacrada para suprir a falta de cadeado, o
que foi providenciado pela atendente. Depois disso é que a valise foi enfiada
no inusitado saco plástico, sem qualquer indício de tal necessidade.
Toda esta sequência me aguçou a
estranheza. Sim, estranhei deveras o fato de somente a mala de minha esposa
receber tratamento diferenciado, sendo certo que a minha mala foi a última e
quem se entendia com a despachante era a minha esposa. Mais ainda estranhei a
intenção do funcionário da GOL ao enfiar a valise no saco e não vedá-lo, o que
lhe seria fácil, bastando para tanto imprensar a boca do saco e correr nela a
mesma fita adesiva com a logomarca, de modo que não pudessem abrir o saco a não
ser cortando-o.
Mas como em viagem, e no
cansativo retorno, os detalhes são superados pela ansiedade, não fiz qualquer
reparo ao trabalho dos atendentes. Devo, porém, ressaltar mais uma vez que
despachamos as bagagens às 09:20 hs, no mais ou no menos, sendo certo que o vôo
seria às 10:40hs, portanto com um interregno de 01:20hs entre o atendimento e a
decolagem, tempo suficiente para haver o que de fato houve: A VALISE CHEGOU AO
RIO DE JANEIRO VIOLADA. Ou seja, SEM O LACRE, o que foi notado por minha esposa
enquanto a valise ainda rodava na esteira.
A evidente VIOLAÇÃO fez com que a
minha esposa, diante de todo o grupo de turistas que viajava conosco, mais de
vinte pessoas (testemunhas), abrisse a valise e logo constatasse ter
desaparecido o seu perfume da CAROLINA HERRERA mundialmente identificado pelo
número 212. Já o restante dos pertences do interior da valise estava
desarrumado, indicando claramente a premeditada VIOLAÇÃO e o FURTO.
Diante do fato, foram chamados os
funcionários da GOL, em terra, estes que constataram o problema e nos
encaminharam ao balcão da empresa, local em que foi preenchido um formulário
narrando sucintamente o incidente, este que dificilmente poderia ser no Rio de
Janeiro, porque os passageiros, em descendo do avião na pista e conduzidos em
ônibus ao terminal desembarque, quase que imediatamente as malas foram à
esteira indicada, com boa parte do evento sendo assistido pelos passageiros.
A verdade é que em João Pessoa,
sim, é que houve tempo de sobra para os ladrões VIOLAREM O LACRE, ABRIREM A
VALISE (que, diferentemente das malas, estava sem cadeado, razão da solicitação
do lacre), VISTORIAREM OS PERTENCES e FURTAREM exatamente o perfume 212 cujo
vidro estava cheio. Diferentemente do meu perfume, da marca POLO, que estava no
final e não interessou aos ladrões.
Para cumprir tantas funções
criminosas, somente com tempo disponível, e este se deu em João Pessoa, sendo
certo que deve ter pesado o fato de que o lesado desembarcaria no Rio de
Janeiro e não lhe restaria nada mais que preencher um formulário da GOL para
reclamar, tendo que se engasgar com a realidade da mera “SUPOSIÇÃO DO FURTO”
por falta de maiores provas.
Ponto para a empresa: ela não
precisa se preocupar, pois, no final, a culpa recairá sobre quem “DENUNCIA SEM
PROVAS”. Com efeito, fica à baila da opinião futura a PALAVRA do lesado como
“PROVA”, pois é certo que nenhuma perícia acontece e na área restrita aos
funcionários da GOL não havia polícia disponível.
Cabia, sim, abrir um Boletim de
Ocorrência na Delegacia da PCERJ ou no DPO da PMERJ, mas tudo estaria restrito
ao âmbito daquela “SUPOSIÇÃO” remetendo sua origem a Estado distante...
Ademais, havia os companheiros do grupo aguardando no ônibus com destino a
Miguel Pereira e Paty do Alferes, domicílio de todos. Deixá-los aguardando por
horas depois de tanto cansaço não compensaria em nada. Daí é que saímos no
prejuízo, não o material: por mais caro que seja o perfume, é só comprar outro
e o assunto se encerra. Mas o aborrecimento, sim, foi de pesado DANO MORAL para
a minha esposa e, indiretamente, para mim.
Em vista do exposto, torno
público o incidente, para que os turistas, quando forem viajar, busquem outras
companhias aéreas, descartando a GOL. É o que farei de hoje em diante. Também
fica aqui a DENÚNCIA DO FURTO para que as autoridades da Paraíba aprofundem
alguma investigação, pois é certo que o fato não é isolado, integra-se a algum
esquema criminoso em curso, podendo ser o tal saco plástico, desnecessário, eis
que não lacrado com fita adesiva, espécie de "senha" para facilitar a
ação do ladrão oculto nos meandros em que circulam as bagagens até serem postas
no avião.
Quanto à GOL, não creio em
medidas administrativas nem no ressarcimento do prejuízo, já que ele não se
resume ao vidro de perfume, por mais caro que seja. Creio que ela tratará do
problema como se fosse “perfume barato”...
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