domingo, 23 de novembro de 2014

NÃO VIAJE PELA GOL





Cheguei ontem de viagem (João Pessoa-Rio de Janeiro). A viagem de ida, digamos que foi razoável: Aeroporto Internacional do Galeão carcomido pela falta de manutenção mínima, avião lotado e inesperada aterragem em Campina Grande para despejar passageiros e recolher mais alguns. Dentro do avião, o ridículo lanche limitado a poucos itens e preços exorbitantes.

Enfim, tudo irritação a ser superada pela natural motivação em vista do desconhecido e da alegria de viajar em férias. Em João Pessoa, nada a reclamar, cidade ótima, hotel simples, mas excelente, praias lindas, natureza exuberante, pôr do sol às margens do rio Paraíba ao som do Bolero de Ravel, tudo perfeito e emocionante.

Não falarei dos incidentes em João Pessoa. Foram mínimos. Mas o desfecho da aventura não poderia ser mais desagradável, não se considerando problemas técnicos com a aeronave (Graças a Deus não houve!) que nem me permitissem estar aqui e agora escrevendo este texto.

O fato único e deveras desagradável aconteceu no embarque em João Pessoa com destino ao Rio de Janeiro.

Ao fazer o despacho das bagagens (duas pequenas malas e uma valise), em aeroporto vazio, no horário aproximado de 09:20hs, de 22/11/2014, estranhei o modo como os atendentes procederam. Surgiu um funcionário de cor branca, forte e alto, para “ajudar” a atendente, embora o tempo de atendimento não estivesse sob nenhuma pressão, o voo sairia somente às 10:40hs.

O tal sujeito pegou a mala da minha esposa e vedou o acesso ao fecho, em todo o seu prolongamento, em volta da mala, com fita adesiva enfeitada com a logomarca da GOL. Mas não repetiu o procedimento em relação à minha mala. Ignorou-a, e enfiou a valise num desproporcional saco plástico, porém sem fechá-lo com a mesma fita adesiva, o que lhe seria fácil fazer. Um detalhe: antes do estranho procedimento, minha esposa havia solicitado que a valise fosse lacrada para suprir a falta de cadeado, o que foi providenciado pela atendente. Depois disso é que a valise foi enfiada no inusitado saco plástico, sem qualquer indício de tal necessidade.

Toda esta sequência me aguçou a estranheza. Sim, estranhei deveras o fato de somente a mala de minha esposa receber tratamento diferenciado, sendo certo que a minha mala foi a última e quem se entendia com a despachante era a minha esposa. Mais ainda estranhei a intenção do funcionário da GOL ao enfiar a valise no saco e não vedá-lo, o que lhe seria fácil, bastando para tanto imprensar a boca do saco e correr nela a mesma fita adesiva com a logomarca, de modo que não pudessem abrir o saco a não ser cortando-o.

Mas como em viagem, e no cansativo retorno, os detalhes são superados pela ansiedade, não fiz qualquer reparo ao trabalho dos atendentes. Devo, porém, ressaltar mais uma vez que despachamos as bagagens às 09:20 hs, no mais ou no menos, sendo certo que o vôo seria às 10:40hs, portanto com um interregno de 01:20hs entre o atendimento e a decolagem, tempo suficiente para haver o que de fato houve: A VALISE CHEGOU AO RIO DE JANEIRO VIOLADA. Ou seja, SEM O LACRE, o que foi notado por minha esposa enquanto a valise ainda rodava na esteira.

A evidente VIOLAÇÃO fez com que a minha esposa, diante de todo o grupo de turistas que viajava conosco, mais de vinte pessoas (testemunhas), abrisse a valise e logo constatasse ter desaparecido o seu perfume da CAROLINA HERRERA mundialmente identificado pelo número 212. Já o restante dos pertences do interior da valise estava desarrumado, indicando claramente a premeditada VIOLAÇÃO e o FURTO.

Diante do fato, foram chamados os funcionários da GOL, em terra, estes que constataram o problema e nos encaminharam ao balcão da empresa, local em que foi preenchido um formulário narrando sucintamente o incidente, este que dificilmente poderia ser no Rio de Janeiro, porque os passageiros, em descendo do avião na pista e conduzidos em ônibus ao terminal desembarque, quase que imediatamente as malas foram à esteira indicada, com boa parte do evento sendo assistido pelos passageiros.

A verdade é que em João Pessoa, sim, é que houve tempo de sobra para os ladrões VIOLAREM O LACRE, ABRIREM A VALISE (que, diferentemente das malas, estava sem cadeado, razão da solicitação do lacre), VISTORIAREM OS PERTENCES e FURTAREM exatamente o perfume 212 cujo vidro estava cheio. Diferentemente do meu perfume, da marca POLO, que estava no final e não interessou aos ladrões.

Para cumprir tantas funções criminosas, somente com tempo disponível, e este se deu em João Pessoa, sendo certo que deve ter pesado o fato de que o lesado desembarcaria no Rio de Janeiro e não lhe restaria nada mais que preencher um formulário da GOL para reclamar, tendo que se engasgar com a realidade da mera “SUPOSIÇÃO DO FURTO” por falta de maiores provas.

Ponto para a empresa: ela não precisa se preocupar, pois, no final, a culpa recairá sobre quem “DENUNCIA SEM PROVAS”. Com efeito, fica à baila da opinião futura a PALAVRA do lesado como “PROVA”, pois é certo que nenhuma perícia acontece e na área restrita aos funcionários da GOL não havia polícia disponível.

Cabia, sim, abrir um Boletim de Ocorrência na Delegacia da PCERJ ou no DPO da PMERJ, mas tudo estaria restrito ao âmbito daquela “SUPOSIÇÃO” remetendo sua origem a Estado distante... Ademais, havia os companheiros do grupo aguardando no ônibus com destino a Miguel Pereira e Paty do Alferes, domicílio de todos. Deixá-los aguardando por horas depois de tanto cansaço não compensaria em nada. Daí é que saímos no prejuízo, não o material: por mais caro que seja o perfume, é só comprar outro e o assunto se encerra. Mas o aborrecimento, sim, foi de pesado DANO MORAL para a minha esposa e, indiretamente, para mim.

Em vista do exposto, torno público o incidente, para que os turistas, quando forem viajar, busquem outras companhias aéreas, descartando a GOL. É o que farei de hoje em diante. Também fica aqui a DENÚNCIA DO FURTO para que as autoridades da Paraíba aprofundem alguma investigação, pois é certo que o fato não é isolado, integra-se a algum esquema criminoso em curso, podendo ser o tal saco plástico, desnecessário, eis que não lacrado com fita adesiva, espécie de "senha" para facilitar a ação do ladrão oculto nos meandros em que circulam as bagagens até serem postas no avião.

Quanto à GOL, não creio em medidas administrativas nem no ressarcimento do prejuízo, já que ele não se resume ao vidro de perfume, por mais caro que seja. Creio que ela tratará do problema como se fosse “perfume barato”...

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